O que fazer se o paciente tiver uma crise epiléptica durante o EEG?

Uma das indicações do registro do EEG é a avaliação de pacientes com suspeita de epilepsia. Crises podem ocorrer espontaneamente ou serem desencadeadas pela estimulação luminosa intermitente (ELI), pela hiperpnéia ou por outros tipos de estímulos. Não existem sistemas capazes de prever a ocorrência de crises, que podem ocorrer em qualquer local, desde a sala de espera, durante o preparo, durante o registro e até na retirada dos eletrodos. Portanto, existem riscos de ocorrerem crises epilépticas durante o exame.

O EEG se inicia por uma anamnese dirigida visando melhor programar o estudo e busca os motivos da sua realização, além de informações sobre resultados prévios e dados sobre desencadeantes de crises.

Recomendações se ocorrerem crises epilépticas durante o EEG: nunca interromper o registro e nunca desligar o aparelho, porque as informações serão extremamente importantes. O técnico deve cuidar para que o paciente não sofra lesões como quedas e traumas; nem pensar em “desenrolar a língua”. Idealmente, deveria haver registro de vídeo em todos os EEG para que o médico (quando não acompanha o registro) possa rever a crise e estabelecer a devida correlação eletroclínica.

Serviços de EEG não devem se preocupar em medicar a crise, porque o técnico não pode prescrever nem haverá tempo para se achar a medicação correta, colocá-la na seringa e injetar na veia; além disso, os serviços não estão preparados se ocorrerem complicações nas tentativas de medicar. Mesmo com médico presente a busca pela medicação, sua preparação e aplicação gastam mais tempo do que a duração da crise.

Os técnicos devem aprender que crise é sinônimo de situação de “pânico”, traduzindo “pânico” pela necessidade de atuação imediata e relato de informações visando o bem do paciente. São importantes:

1) continuar o registro no EEG, observando atentamente e procurando descrever os fenômenos que ocorreram, pois têm extrema importância;

2) deve haver imediata comunicação ao médico responsável pelo serviço de EEG para que ele possa também imediatamente informar o médico do paciente; se o médico do serviço não estiver disponível, tentar informar o médico do paciente;

3) se for necessária medicação deve haver encaminhamento do paciente a pronto socorro;

4) lembrar que a maior parte das crises é autolimitada (duram em geral menos de 2 minutos), porém crises prolongadas ou repetidas, configurando estado de mal epiléptico sempre representam emergência, necessitando tratamento o mais breve possível.