Literatura recente (Takahashi) afirma que a estimulação luminosa intermitente (ELI) pode determinar no EEG 3 alterações principais: 1. resposta fotoparoxística, com anormalidades epileptiformes; 2. resposta fotomiogênica frontal ou difusa, não epiléptica, por vezes relacionada a abstinência; 3. resposta do tipo photic driving (PDR – Photic Driving Response), antigo “arrastamento do ritmo alfa”, representando uma atividade supostamente “ligada ao estímulo”. Na verdade o PDR é uma resposta visual fisiológica – um potencial evocado visual (PEV).

Se as vias ópticas estiverem permeáveis sempre haverá sempre um PEV, cujo registro dependerá de equipamento, da promediação de sinais e de parâmetros apropriados de estímulo. Reações químicas são traduzidas em sinais bioelétricos após a energia luminosa atingir a retina. Na região macular da retina existem cerca de 6 milhões de cones, que se relacionam à visão de detalhes e de cores; na periferia existem cerca de 120 milhões de bastonetes, que se relacionam à visão periférica e à noção de ambiente. Esses sistemas funcionam em paralelo e os PEV podem auxiliar na sua avaliação; os PEV por padrão reverso interessam principalmente a visão macular e, os por flash, a visão periférica.

Também se conhece que existem 2 tipos de PE: 1. PEV transientes, que ocorrem com baixa frequência de estimulação, abaixo de 3,5 Hz; (figura 1); 2. PEV que seguem a frequência do estímulo (Fast-Following Responses – FFR ou potenciais de estado estáveis – steady-state potentials) respostas quase senoidais que ocorrem com estímulos de frequência mais alta, acima de 7 – 8 Hz, levando o sistema nervoso central a oscilar de forma harmônica à frequência utilizada (figura 2). É simples e obrigatório obter o registro do PEV por flash em normais usando o equipamento apropriado.


 

Porém, em alguns casos (dependendo da amplitude) respostas isoladas e estacionárias ao flash também podem ser observadas no EEG (figuras 1 e 2). Importante: não é um PEV gigante. No EEG essas respostas não são vistas de rotina, porque a sensibilidade não é apropriada.

Células não seriam adequadamente estudadas sem microscópio, apenas usando lentes de aumento. Comparando: no EEG a sensibilidade (SNS) usualmente varia entre 5 – 7 – 10 µV/mm; no PEV a SNS está na ordem de 0.5 µV/mm, assinalando um aumento de 10 a 20 vezes. Em resumo, PDR na ELI é uma resposta visual fisiológica – o PE Visual.

*Takahashi, T – Activation Methods. Intermittent Photic Stimulation. Chapter 14.  in Electroencephalography. Basic Principles, Clinical Applications and Related Fields. Niedermeyer, E & Lopes da Silva, F. ed, 4th ed, Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, p 261-284, 1999.