Biomédica Thalita Bártolo

Todos que vivem em ambientes hospitalares se espantam com os índices de insegurança em hospitais, junto à assertiva de que “hospitais são muito perigosos”. Recentemente aumentou a atenção sobre esse tema tão importante, com números de acidentes bastante elevados.
Considerando a experiência de nossa equipe na execução de EEG e de potenciais evocados em unidades de terapia intensiva (UTI), pensamos em contribuir para melhorar a segurança, especialmente tendo em vista os erros evitáveis. Geramos uma lista de cuidados que a equipe de neurofisiologia clínica deve ter ao executar procedimentos na UTI.
1-Identificação do paciente: sempre verificar a identificação na pulseira, no prontuário e em outros meios disponíveis. Especial cuidado com homônimos.

2-Lavagem das mãos: obrigatória antes de atender um paciente ou no atendimento de outros pacientes para evitar transmissão de infecções.

3-Uso de EPI: de acordo ao preconizado para cada paciente. Procurar se informar no prontuário sobre as doenças do paciente.

4-Instalações: verificar o aterramento das tomadas tripolares e de outros equipamentos conectados ao paciente. Solicitar ajuda da enfermagem para eventualmente desligar equipamentos que possam estar interferindo com nossos registros. Podem existir riscos para o paciente durante atitudes impensadas.

5-Avaliar se o paciente está consciente, torporoso, agitado ou em coma.
5.1 Em geral os procedimentos são feitos em decúbito dorsal. A movimentação do paciente deve respeitar as diferentes restrições inerentes a cada caso, sendo importante consultar a enfermagem. Observar se o decúbito preconizado está sendo respeitado.
5.2 Altura do leito: muitas vezes não pode ser modificada, como nos pacientes com PIC, PVC e PAI, pois eles dependem da altura em que está o equipamento.
5.3 Angulação e lateralização da cabeça: mudanças desses parâmetros podem interferir no retorno jugular ou dificultar a parte respiratória (cuidados com a traqueostomia).
5.4 Atenção aos equipos de medicação e sondas, inclusive na hora de abaixar e levantar grades do leito, mormente nos pacientes agitados ou sob restrição.
5.5 Quando necessário, pedir auxílio e orientação para a remoção de curativos.

6-Medicações e sedação
6.1 Medicações: anotar o uso de medicações com ação central (principalmente sedativas) e suas doses, pois podem interferir com os procedimentos realizados.
6.2 Sedação: verificar a necessidade e a possibilidade de sedar um paciente agitado ou não colaborante.

7-Anotar valores como os da PIC e da temperatura, especialmente quando se emprega a hipotermia.